Olá, sou Sarah Walker e sou professora na Arizona State University e também uma astrobiologista. Que estuda a origem da vida. E assim uma das perguntas que podem surgir como astrobiologista é por que motivo a origem da vida é tão vital ao estudo da astrobiologia. Astrobiologistas estão interessados em se podemos ou não identificar vida em um planeta, então se podemos fazer isso ou não. Queremos descobrir alienígenas e basicamente, a questão será se podemos ou não discernir planetas que possuem vida de planetas que não possuem. Então podemos enviar robôs em missão a outros planetas em nosso sistema solar para procurar vida em sua superfície, mas estamos pensando em exoplanetas, planetas e sistemas solares distantes, onde tudo que vamos obter são alguns dados sobre todo o planeta. Então, como astrobiologistas, estamos interessados em pensar sobre a vida não só em uma escala de organismos individuais, mas também em uma escala planetária. Apenas para falar sobre a magnitude do problema, muitas pessoas querem falar sobre olhar para a vida de diferentes maneiras e talvez tentar usar o conhecimento de aspectos diferentes de campos conhecidos da ciência para tentar entender como identificamos a vida. Neste slide há dois planetas que provavelmente todos conhecem, Terra e Jupiter e sabemos que um desses planetas é habitado e o outro não. O habitado é obviamente a nossa Terra, e podemos observar estruturas de vida em sua superfície, o que vemos aqui são cidades à noite. Quando estamos pensando em como pensar sobre os problemas de discernir o processo de vida na terra do processo de não vida em Jupiter, fica claro que os dois têm estruturas de desequilibrio em suas superfícies. Jupiter, por exemplo, tem esta grande mancha vermelha e como disse, a Terra tem cidades. Então quando queremos falar sobre definir as propriedades desses planetas que são associadas à vida, não é só sobre este desequilíbrio. As cidades têm claras diferenças fundamentais da grande mancha vermelha de Jupiter, embora sejam estruturas de desequilíbrio. Então temos de avançar mais e entender as origens dos processos que levaram às estruturas na superfície do nosso planeta que estão associadas à vida, e a raiz dessa questão é entender qual a probabilidade de vida surgir em um planeta e como podemos entender isso como um processo em escala planetária. E existem duas maneiras de determinar a probabilidade de vida surgir em um planeta. Não vemos Jupiter como um planeta com vida. Obviamente baseado nas nossas observações, é possível que ele satisfaça alguma definição de vida no futuro se surgir alguma teoria para ela e Jupiter a satisfaça, mas agora não pensamos isso. Então precisamos de algumas observações de outros mundo com vida para delimitar a probabilidade de vida, a Terra é o único exemplo que temos e para isso precisamos detectar vida alienígena e determinar sua abundância. Então esse é o jeito que as pessoas pensam sobre astrobiologia, que observamos outros planetas para identificar se há alienígenas e então talvez seremos capazes de determinar a possibilidade de surgir vida na superfície de um planeta como a terra e do não surgimento de vida em um como Júpiter. Mas também podemos pensar em teoria e fazer testes para determinar a possibilidade de vida. E deste ponto de vista, a ideia é tentar desvendar o que são os princípios universais de vida que podem efetivamente nos permitir a construção de modelos para prever as condições para o surgimento da vida. Assim, teríamos uma teoria dedutiva que nos permitiria predizer P(vida)? a possibilidade da vida surgir. Então com o exemplo da Terra e de Jupiter que dei, essa teoria deve ser capaz de justificar as diferenças que não é só um processo de desequilíbrio na superfície de um planeta, mas no caso da formação de cidades, florestas ou de qualquer estrutura rica que vemos na terra e é um produto da biologia que a teoria seria capaz de explicar o que é e ser capaz de prever que tipos de outros exemplos poderemos ver em outros planetas e sua probabilidade. Mas o que estamos falando efetivamente para determinar a possibilidade de vida não é só pensar na probabilidade de florestas ou cidades na superfície de planetas em contraste com a probabilidade de grandes manchas vermelhas ou outros tipos de estruturas dissipativas que não estão vivas. O que queremos de verdade é entender qual a probabilidade só do surgimento de vida em certo planeta. Então devemos ser capazes de solucionar o problema da origem da vida para que façamos astrobiologia efetivamente e determinemos as chances de vida no universo. Assim, para fazer isto, temos de inventar melhores teorias para a origem da vida para que entendamos como surge a vida. Então, um dos jeitos que gosto de pensar é que nós estamos procurando por novos princípios que expliquem a vida não apenas na terra mas em outros planetas e gosto muito desta passagem de David Deutsch que acho que articula muito bem o tipo de processos acontecendo em planetas que precisamos entender a fundo para que possamos entender a vida. E ele diz que metais básicos podem ser ser transmutados em ouro por estrelas e por seres inteligentes que entendem o processo que energiza estrelas e por nada mais no universo. Então temos uma física que explica coisas como estrelas ou a física de Jupiter e o porquê de Jupiter ter uma grande tempestade na superfície do planeta na grande mancha vermelha. Porém não temos uma física que explica a evolução de um planeta como o nosso. Como a vida surge nesse planeta, ou como desenvolve-se ao longo do tempo para levar ao tipo de diversidade de estruturas que temos na superfície do nosso planeta hoje, como cidades e seres humanos que raciocinam. O problema da origem da vida é um problema de como este processo todo de vida começa em primeiro lugar e é por fim de suma importância para o campo da astrobiologia, que entendamos esse processo porque desejamos saber em quantos planetas ele ocorre.